Deputados rejeitam proposta de criação do dia do ‘orgulho heterossexual’
Uma proposta inusitada trouxe divergência e debate ao plenário da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB). O texto propunha a criação do ‘Dia Estadual do Orgulho Heterossexual‘ na Paraíba. A proposta do deputado Wallber Virgolino (PL), terminou sendo rejeitado rejeitado pela maioria dos parlamentares presentes à sessão ordinária desta terça-feira (30). O desconserto dos parlamentares foi tanto que houve nove abstenções, ou seja, hove certo constrangimento ao tratar a matéria.
Uma prova disto foi a fala do deputado estudual Bosco Carneiro (Republicanos), que puxou da Constituição Brasileira o princípio da igualdade para se abster de votar.
Eu vou me abster porque não vejo necessidade de uma matéria dessa, tanto para hétero, quanto para qualquer outra posição de gênero”, avaliou.
Hevázio Bezerra (PSB), que disse não entender a necessidade da matéria, mas terminou votando favorável. “Eu voto sim, mas achando que os dois são desnecessários”, argumentou.
A matéria vinha em tramitação na Assembleia Legislativa desde 2021 e contava com o parecer favorável pela constitucionalidade. Mas a votação contou com a maioria dos votos contrários à proposta do bolsonarista Virgulino. Foram dez votos contrários, seis favoráveis, nove abstenções e 11 não estavam na sessão.
“Eu sou muito bem resolvido e defendo que seja instituído do Dia do Orgulho Heteressexual”, falou Wallber durante a sessão.
Dentre os que manifestaram desconforto e votaram não estiveram: Anderson Monteiro (MDB), Camila Toscano (PSDB), Chió (Rede), Dr. Romualdo (MDB), Jane Panta (PP), Eduardo Brito (SD), Francisco Motta (Republicanos), Galego Souza (PP), João Gonçalves (PSB), Junior Araújo (PSB) e Chico Mendes (PSB).
Além do autor da proposta, Wallber Virgolino, os deputados Hervázio Bezerra (PSB) João Paulo Segundo (PP), Jutay Menezes (Republicanos) e Sargento Neto (PL) e a deputada Drª Paula (PP) votaram favorável à matéria.
Preferiram se abster os deputados Bosco Carneiro (Republicanos), Branco Mendes (Republicanos), Caio Roberto (PL), Inácio Falcão (PCdoB), Michel Henrique (Republicanos), Nilson Lacerda (União), Sílvia Benjamin (Republicanos), Tião Gomes (PSB) e Eduardo Carneiro (SD).
Ainda segundo Wallber, “o objetivo principal da proposta é a livre manifestação das famílias, daqueles que respeitam as opções sexuais de quem quer que seja, mas querem deixar claro a sua opção e de não se envergonhar dela”.
“A presente proposta tem como objetivo defender os direitos e garantias das pessoas que tem orientação heterossexual de se manifestarem acerca da sua escolha, do orgulho que sentem desta, e não sofrerem qualquer tipo de discriminação por isso”, argumentou Wallber, ao justificar a proposta.