Ministro Flávio Dino apresenta notícia-crime contra deputado Cabo Gilberto
O deputado bolsonarista Cabo Gilberto (PL) está entre os parlamentares alvos de uma notícia-crime apresentada pelo ministro da Justiça e Segurança, Flávio Dino, por causa de postagens nas redes sociais associando o ministro ao crime organizado após uma visita ao Complexo de Favelas da Maré, no Rio de Janeiro.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com notícia-crime contra o deputado federal Cabo Gilberto (PL-PB) e outros seis parlamentares por causa de postagens nas redes sociais.
Além do paraibano, serão investigados os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carlos Jordy (PL-RJ), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Otoni de Paula (MDB-RJ) e os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Marcos do Val (Podemos-ES).
A representação foi proposta no âmbito do Inquérito nº 4.781, conhecido como Inquérito das Fake News (notícias falsas), que tramita na Suprema Corte sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
Segundo Flávio Dino, a propagação de uma série de postagens de caráter racista e preconceituoso criminaliza o Complexo da Maré, que reúne 16 comunidades onde vivem mais de 140 mil pessoas. O ministro cumpriu agenda na localidade na semana passada, quando se reuniu com líderes comunitários. De acordo com ele, os ataques sofridos podem configurar crimes de calúnia, difamação, racismo e associação criminosa.
“Inicialmente, eu não tomaria nenhuma providência jurídica com essa gente. Prefiro tratá-los na esfera política, mas vi uma repercussão muito deletéria e nociva contra a comunidade da Maré e outras comunidades. Essa gente que propaga esse tipo de preconceito, na verdade, está estimulando violência e chacina”, declarou Dino.
Não é a primeira vez que Cabo Gilberto é alvo de acusação de Fake News. Ano passado, enquanto ainda era deputado estadual, Gilberto teve a conta do Twitter suspensa por razão de uma determinação judicial, depois de questionar a lisura do processo eleitoral, acusando que houve fraude nas urnas.
Na semana passada, ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que seja investigado o papel do deputado federal Cabo Gilberto Silva (PL-PB) nos atos extremistas de 8 de janeiro, que depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Além disso, mandou o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara e a Polícia Federal apurarem a conduta do deputado. O ministro analisou uma notícia-crime apresentada pelo diretório do Psol na Paraíba. Além do parlamentar, também serão alvo de apurações Walber Virgolino (PL), deputado estadual na Paraíba; Nilvan Ferreira (PL), que foi candidato ao governo do estado no ano passado; e a vereadora por João Pessoa Eliza Virgínia (Progressistas). O ministro também determinou que o pedido de investigação contra a ex-primeira dama da Paraíba, Pâmela Bório, seja incluído em processo na Corte sobre os atos de 8 de janeiro.