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Nova onda de Covid-19: Paraíba tem aumento de casos e registra mortes

A Paraíba  iniciou a semana com 1.016 casos de Covid-19, com 40 internações e duas mortes registradas na segunda-feira (14). Nesta quarta-feira (16), 203 novos casos confirmadoos em 24 hora de acordo com a Secretaria de Saúde (SES). A queda é resultado do feriado da República (15), quando testes  para detectar a infenção não foram realizados em função dos fechamento das unidades públicas de saúde no estado.

No fim de semana passado, a ocupação de leitos na região metropolitana de João Pessoa,foi de 83%. Em virtude do aumento da transmissão de sublinhagens do coronavírus  (BQ.1 e BA.5.3.1), a SES divulgou nota reforçando as orientações de isolamento e cuidados individuais contra a covid-19. O uso de máscaras, a higiene das mãos, a vacina em tempo oportuno e o isolamento de pacientes entre 5 e 10 dias estãos entre os cuidados necessários.

“Orientamos a população que intensifique a higiene das mãos, seja pela lavagem, ou pelo uso de álcool a 70%, que façam uso de máscara em ambientes fechados, mal ventilados, locais com aglomeração e nos serviços de saúde. Reforçamos ainda que quem está com dose de vacina covid-19 atrasada, ou já está em tempo de receber alguma etapa do esquema vacinal, procure a sala de vacinação mais próxima para atualizar o cartão de vacinas, de acordo com a faixa etária”, destacou a secretária de estado da Saúde, Renata Nóbrega.

Testagem

A nota orienta que em caso de sintomas seja realizada a testagem para diagnóstico e isolamento de casos positivos. Os testes também são importantes para que seja feito o sequenciamento genético e identificação de variantes em circulação. Em relação ao isolamento, devem ser  seguidos os critérios: até 7 dias completos do início dos sintomas, caso a pessoa não apresente febre e não faça uso de medicamentos antitérmicos há 24h; até 5 dias completos do início do sintoma em caso de teste indetectável  desde que permaneça afebril, sem o uso de medicamentos para controle da febre há pelo menos 24 horas e sem sintomas respiratórios.

Caso a pessoa permaneça sem melhora dos sintomas respiratórios, ou tiver febre no 7º dia completo após o início dos sintomas, ou apresente novo exame positivo para SARSCoV-2 realizado a partir do 5º dia completo do início dos sintomas, deve ser mantido o isolamento respiratório domiciliar até o 10º dia completo.

Onde testar

Em João Pessoa, os exames estão sendo realizados, por meio de agendamento, em unidades de saúde da família (USF) e, sem necessidade de agendar, nas Policlínicas do Cristo (das 8h às 11h e das 13h às 16h) e de Jaguaribe (das 8h às 11h). Para agendar o teste, o interessado deverá acessar o aplicativo Vacina JP ou o site vacina.joaopessoa.pb.gov.br, a partir das 19h do dia anterior.

Vacinação baixa

Em relação à vacinação, a procura pela vacina contra a covid-19 pela população acima de 30 anos é baixa. Atualmente, 2.223.463 pessoas são elegíveis na Paraíba para tomar a segunda dose de reforço, no entanto, foram registradas 448.298 doses aplicadas, o que indica que penas 20% desta faixa etária completou o esquema vacinal. Já em relação à população acima de 12 anos, que toma três doses, o total populacional é de 3.387.831 e até o momento 2.092.332 tomaram a terceira dose, o que corresponde a 62,27% da população alvo. Lembrando que a meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de 90% de cobertura vacinal e cada faixa etária.

A secretária de Saúde adianta que, para melhorar o acesso da população às vacinas, será realizado um dia D de vacinação contra a contra a covid-19. “Vamos realizar no sábado dia 26 de novembro um dia de mobilização, nas mais de mil salas de vacinas em toda a Paraíba. O Dia D é para atender a população que por algum motivo não pode comparecer durante a semana para tomar a sua dose de proteção contra o vírus.

Alta de casos já era esperada

Doutor em ciências pela USP,  Átila Iamarino diz que em setembro já havia alertado para o aumento de casos de Covid-19 no país. Segundo ele, “Tudo indica que estamos entrando em outra baixa da Covid com a imunidade recente segurando o vírus. Se o comportamento da pandemia se mantiver, devemos ver outra onda a partir de novembro/dezembro. As variantes alpha, delta, gamma e ômicron foram detectadas nesse período do ano. Não estamos passando pelo que o Amazonas passou no final de 2020 com o surgimento de uma variante mais transmissível. Estamos vendo mais descendentes da variante ômicron que continuam acumulando mutações de escape imune e aproveitam que o tempo desde a última onda já foi suficiente para a imunidade coletiva cair”.

O comportamento do vírus SARS-CoV-2, ainda segundo Átlila, indica que a Covid caminha para “se tornar uma endemia, com ciclos previsíveis. As duas ondas anuais, uma no verão e outra no inverno, estão se consolidando nos últimos dois anos. E os países europeus que já estão passando por esta onda viram menos hospitalizações do que ondas anteriores. O que não quer dizer que a situação é tranquila. A onda atual ainda pode comprometer leitos hospitalares. E, como descobrimos recentemente, ter Covid mais de uma vez pode aumentar bastante os riscos de hospitalização, de morte e de ter várias sequelas”, disse.