PTB fura oposição e lança Nilvan como pré-candidato ao governo da Paraíba
O PTB paraibano cansou de esperar uma definição da oposição em torno de um nome que unificasse a direita no estado. Depois de uma reunião da executiva estadual nesta terça-feira (7), o partido lançou a pré-candidatura de Nilvan Ferreira ao governo.
A decisão foi divulgada pelo próprio Nilvan, em suas redes sociais:
“Cada legenda tem o direito de construir o próprio caminho. A esquerda não pode ficar achando que a eleição será fácil. João Azevedo vai ter que enfrentar o debate sobre os problemas do nosso povo”, disse.
O movimento de Nilvan e PTB formaliza a divisão de uma direita que vem patinando no projeto de união e que havia depositado todas as fichas na finada candidatura de Romero Rodrigues (PSD) ao governo. Essa cisão não é boa para a oposição que, pulverizada, dilui sua artilharia contra um candidato à reeleição que goza da estrutura e do poder da máquina.
Inexperiente, marinheiro de segunda viagem (disputou e perdeu a prefeitura de João Pessoa, mas foi para o 2º turno), Nilvan aposta, ainda, no voto bolsonarista e sua pré-candidatura representa suporte (e palanque!) para Jair Bolsonaro.
Presidente do PTB desde maio, Nilvan diz ter a benção da executiva nacional que pretende se fortalecer formalizando candidaturas nos estados. “O tempo está passando. Não podemos permitir que fique a impressão que a oposição não tem candidato”, afirmou o comunicador.
Os desafios de Nilvan não serão poucos. Colar em Bolsonaro pode ser desastroso. A tirar pela desaprovação do governo de acordo com as mais recentes pesquisas, mas, principalmente, pelas últimas eleições, quando Jair Bolsonaro perdeu para Fernando Haddad (PT) em 220 dos 223 municípios.
Tem mais: diferente de uma campanha municipal – que tem uma característica mais doméstica até pelo território limitado – uma eleição estadual exige braços maiores. Vai ser preciso investir nos diretórios municipais para ter apoio no maior número de cidades e transformar isso em densidade eleitoral. Para isso não basta só articulação, tem que ter dinheiro, investimento.
Até aqui, porém, o que há é uma intenção. Candidaturas são formalizadas nas convenções partidárias. Segundo Nilvan, 2022 ai começar já com pesquisas para sentir como a população recebe o nome dele. O PTB, contudo, acerta em um ponto: assume o protagonismo da oposição. Sair na frente não é garantia de nada, mas dá a ele certa vantagem sobre colegas: pelo menos os holofotes ele já conseguiu.