Paraíba ganha dia estadual da cachaça. Data deve ajudar a impulsionar o mercado produtor da bebida
A Paraíba é uma dos maiores produtoras de cachaça de alambique do país e a maior da região Nordeste, sendo o estado que mais produziu cachaça e aguardente em 2019, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Foram 30 milhões de litros de cachaça produzidos na Paraíba. Os engenhos foram responsáveis por uma parcela de 3,5 milhões de litros nesse montante. É um número que mostra como esse mercado tem adquirido cada vez mais importância no estado.
Agora, uma Lei estadual deve reforçar ainda mais esta importância. É o Dia Estadual da Cachaça Paraibana que agora faz parte do Calendário Oficial de Eventos no Estado. A data escolhida foi 10 de junho, quando o produto foi instituído como pertencente ao patrimônio cultural e imaterial do Estado da Paraíba, em 2010. A lei 12.042, de autoria do presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, o deputado Adriano Galdino, já foi sancionada pelo governador João Azevedo e publicada no Diário Oficial do Estado.
Segundo Adriano Galdino, a lei permite a inserção da cachaça como destaque dos símbolos culturais do Estado, reforçando-se a necessidade de maior valorização pelo Poder Público e pela sociedade. “Com essa iniciativa, tem-se a possibilidade de conferir maior destaque a cachaça paraibana, com ações que permitam a maior valorização do produto e da consolidação desse patrimônio da cultura do Estado”, defendeu.
Diretamente relacionada à história do Brasil, com o desenvolvimento dos engenheiros de cana-de-açúcar durante o ciclo do açúcar, a cachaça é 3º destilado mais apreciado no mundo. Em 2020, por exemplo, a exportação da cachaça rendeu um faturamento de 9,5 milhões de dólares ao Brasil. Grande parte dessa quantia partiu dos produtos fabricados aqui na Paraíba, estado que mais produz a bebida.
Quem bebe a cachaça talvez não saiba, mas desde o cultivo da cana, corte, transporte, transformação em cachaça, o bagaço que é usado para ração animal e em pisos para a criação de aves, existe por traz dela uma cadeia produtiva muito rica. O setor produtivo da cachaça é extremamente importante para a economia paraibana. Toda essa cadeia gera muito emprego e renda e muita divisa econômica para o estado. O setor agroindustrial de cachaça está entre dois maiores pagadores de ICMS do estado.
No estado, existem mais de 80 engenhos, que juntos são responsáveis pela produção de mais de 12 milhões de litros de cachaça por ano. Alexandre Rodrigues que é proprietário do Engenho Baraúna, na cidade de Alhandra, comemorou o reconhecimento e explica que a Paraíba. “Nosso estado tem cachaça sendo produzida no litoral, na zona da mata, no brejo e no alto sertão, nada mais justo do que esse reconhecimento.” O empresário ressalta que está preparando para abrir o engenho às visitações, estimulando o turismo da cachaça. “Ganhamos recentemente mais uma medalha em nível nacional, e queremos ampliar nossa produção. Queremos incentivar ainda mais o turismo e a economia, abrindo o engenho à visitação”, destacou.
Sapé ganhou recentemente um engenho de produção de cachaça. O município de Areia, localizado no brejo paraibano, é o maior fabricante, figurando entre as dez localidades no país com maior densidade cachaceira – maior relação entre a quantidade de produtores de cachaça e a população do município.
Entre as cachaças produzidas no Estado, destacam-se a “Baraúna”, “Serra Limpa”, “São Paulo”, “Triunfo”, “Jureminha”, “Volúpia”, “Marimbondo”, “D’dil”, “Alegre”, “Bandeira Branca”. “Logo, nota-se a importância que o produto possui para produzir emprego e renda no Estado, e que é amplamente consumido pela população”, finaliza Adriano Galdino.