Opinião

Mais da metade da população brasileira apoia impeachment de Bolsonaro, diz pesquisa

Aumenta a reprovação da gestão de Jair Bolsonaro (sem partido).

É o que mostra a mais recente pesquisa PoderData, realizada de 16 a 18 de agosto. Dos 2.500 entrevistados, 58% disseram que apoiam o impeachment do presidente. Em julho, eram 50%.

Os números mostram que o percentual de eleitores que apoiam Bolsonaro caiu de 45% para 32%. Em um mês, queda de 13 pontos percentuais.

A pesquisa, realizada em 433 municípios dos 27 estados e com margem de erro de dois pontos percentuais, revela ainda que 64% dos entrevistados reprovam a gestão de Bolsonaro e que as condições climáticas não estão favoráveis pra ele.

Daí se tira o seguinte: apesar de estar ‘blindado’ pelo Centrão, Bolsonaro vem desidratando, e parte disso é resultado dessa relação.

Outros fatores: ingerência do governo federal no combate à pandemia e atraso na vacinação, desaceleração econômica e aumento do desemprego, avanço das investigações na CPI da covid e os cinco inquéritos contra ele no STF e no TSE.

Aliás, a abertura de mais uma investigação sobre eventual interferência do presidente na PF, além da suposta prevaricação sobre irregularidades na negociação da Covaxin, dos ataques às urnas eletrônicas, do vazamento de dados de inquérito sigiloso da PF  explicam o tom autoritário adotado mais recentemente.

Bolsonaro é sinônimo de instabilidade. Pressionado, reage com ameaças à democracia e afasta o ambiente de negócios. Não à toa, parte da elite econômica, antes aliada, já se rebela.

Permanecendo assim, a tendência para 2022 é de enfraquecimento e possível isolamento. Não se governa só com militância e, para se manter no poder político, ele precisa do poder econômico.

Resta saber como vai continuar reagindo às pesquisas e o que fará para estancar a sangria. Mais um passo em falso e beneficiará adversários,  os de esquerda e os que tentam viabilizar uma terceira via.

Bolsonaro está numa sinuca de bico. É melhor “Jair”  repensando estratégias.