Covid-19

Febre, dor no corpo, cansaço: secretário de Saúde fala das reações à vacina da AstraZeneca/Oxford

“Febre, dor no corpo, na cabeça, cansaço, insônia”. Os sintomas surgiram logo depois de os irmãos Sérgio e Júnior Araújo tomarem a primeira dose da vacina da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz em João Pessoa. E eles não estão sozinhos. Há vários outros registros aqui e pelo país. Essas reações adversas ao imunizante estão previstas na bula.
Daniel Beltrammi, secretário executivo de Saúde da Paraíba, esclarece que apesar do desconforto causado pela vacina,  não há qualquer risco à saúde da população. Eles diz ainda que os sintomas são sinais de que o organismo já está começando a se proteger do coronavírus: “nenhuma das oito vacinas registradas no planeta terra são capazes de nos causar doença porque elas não têm vírus ali, vírus inteiro vivo, capaz de se multiplicar e fazer doença. O que elas fazem na gente é uma coisa que a gente chama de atividade reatogênica, que nada mais é do que, depois que a gente toma a picada no ombro, nosso organismo começa a trabalhar para proteger a gente e às vezes, para alguma vacina como a de AstraZeneca/Oxford/Fiocruz, esse jeito de o organismo trabalhar é, sim, fazer uma dor no corpo, indisposição, febre, dor na picada da vacina”, ressalta.
Quanto ao tempo das reações adversas, o secretário explica que “isso dura de um a três dias”. E alerta quanto à necessidade do reforço vacinal dentro do prazo estipulado pelo fabricante que é de 90 dias: o incômodo pós-vacina “não é motivo para não tomar a segunda dose”.

E quando não tomar a segunda dose?

Beltrammi chama atenção para dois fatores importantes: “o que você vai esperar para tomar a segunda dose é, eventualmente, se no meio de uma dose e outra, foi vacinado contra a gripe. Aí tem que esperar 14 dias para tomar a dose da vacina contra a Covid-19. Se  apresentar algum sintoma gripal no dia de tomar a segunda dose, aí também tem que esperar se recuperar”, alertou.

Eficácia da AstraZeneca/Oxford/Ficruz

Uma única dose da AstraZeneca apresenta 76% de eficácia. Significa que, de cada 100 pessoas que tomam a vacina, 76 ficam protegidas a partir do 22º dia. Com o ciclo vacinal completo, isto é, depois de tomada a segunda dose, essa proteção sobre para 81%.  A taxa mínima de eficácia exigida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 50%. A vacina contra a covid-19, independentemente do fabricante, não garante imunização total, mas salva vidas porque diminui drasticamente o número de internações e mortes.

Segue abaixo a lista de dos efeitos colaterais relacionados à vacina da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz e descritos na bula:

Muito comum (pode afetar mais de 1 em cada 10 pessoas)
  • Sensibilidade, dor, sensação de calor, coceira ou hematoma (manchas roxas) onde a injeção é administrada
  • Sensação de indisposição de forma geral
  • Sensação de cansaço (fadiga)
  • Calafrio ou sensação febril
  • Dor de cabeça
  • Enjoos (náusea)
  • Dor nas articulação ou dor muscular
Comum (pode afetar até 1 em cada 10 pessoas)
  • Inchaço, vermelhidão ou um caroço no local da injeção
  • Febre
  • Enjoos (vômitos) ou diarreia
  • Sintomas semelhantes aos de um resfriado como febre acima de 38 °C, dor de garganta, coriza (nariz escorrendo), tosse e calafrios
Incomum (pode afetar até 1 em cada 100 pessoas)
  • Sonolência ou sensação de tontura
  • Diminuição do apetite
  • Dor abdominal
  • Linfonodos (ínguas) aumentados
  • Sudorese excessiva, coceira na pele ou erupção na pele
Muito raro
  • Coágulos sanguíneos importantes em combinação com níveis baixos de plaquetas no sangue (trombocitopenia) foram observados com uma frequência inferior a 1 em 100.000 indivíduos vacinados
Desconhecida (não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis)
  • Reação alérgica grave (anafilaxia)
  • Inchaços graves nos lábios, face, boca e garganta (que pode causar dificuldade em engolir ou respirar)