Enquanto diretor do Enem morre de Covid-19, ministro fala em esperança para não adiar exame
Após entidades como a Defensoria Pública da União, União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Campanha Nacional pelo Direito à Educação e Educafro, pedirem à Justiça o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou durante uma entrevista que o exame não será adiado.
Segundo ele, apenas uma minoria é contra a realização da prova. “Uma minoria, barulhenta, mas minoria. Neste ano, colocamos muito mais recursos para alugarmos mais salas, para haver o distanciamento preconizado pelas autoridades sanitárias”, disse.
Ação movida pela Defensoria Pública e pelas organizações estudantis se deu pelo fato do Brasil está vivendo uma segunda onda de contágio da Covid-19. Mas, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) afirmou a justiça que serão tomadas todas as medidas de prevenção ao contágio. Afirmou ainda que “reorganizar um calendário a nível de Enem é fragilizar e colocar em risco políticas públicas dele decorrentes como sistema de cotas, financiamento estudantil, instrumentos que por sua vez são as chaves para minorar as desigualdades sociais tão alarmantes hoje no nosso país”.
Ainda durante a entrevista, Milton Ribeiro falou sobre a morte do general Carlos Roberto Pinto de Souza, diretor responsável pelo Enem, que morreu nesta segunda-feira (11), vítima da Covid-19. “Era uma pessoa muito dedicada, muito querida por todos nós. Mas a vida continua, não podemos parar. Temos que seguir em frente”.
O Enem será realizado nos dias 17 e 24 de janeiro (versão impressa) e 31 de janeiro e 7 de fevereiro (versão digital). Mais de 5,783 milhões de candidatos se inscreveram para participar do exame.
Por Josean Lucena