Políticos paraibanos são alvo de operação da Polícia Federal
Quinze mandados de busca e apreensão foram cumpridos em uma operação da Polícia Federal realizada na manhã desta quarta-feira (25) em João Pessoa e Araruna, na Paraíba, e em Parnamirim, no Rio Grande do Norte. De acordo com a PF, a Operação “Poço Sem Fundo”, investiga desvio de dinheiro destinado à perfuração de poços e instalação de sistemas simplificados de abastecimento de água na Paraíba.
Pelo menos 70 policiais e sete auditores da Controladoria – Geral da União participam da ação.
Em João Pessoa, cumpriram um dos mandados de busca e apreensão em um apartamento no bairro do Altiplano. Também estão sendo cumpridos mandados no prédio do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) na capital.
Entre os investigados nesta operação estão o ex-deputado federal Benjamim Maranhão (MDB) e a mãe dele, a ex-prefeita de Araruna, Wilma Maranhão (MDB). As investigações também apontam para o presidente do Diretório Municipal do MDB em João Pessoa e Coordenador Estadual do DNOCS na Paraíba, Alberto Gomes.
As investigações começaram em 2016, último ano da gestão de Wilma. Além dela e do filho, também são alvos servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do DNOCS e empresas cujos nomes não foram divulgados. Benjamim foi candidato a prefeito de Araruna nas eleições deste ano, mas perdeu para Vital Costa (Progressistas), que teve 50,83% dos votos válidos.
Segundo as investigações da Polícia Federal, o direcionamento de contratos firmados entre as empresas investigadas, o DNOCS, o Incra e a Prefeitura de Araruna, por meio de procedimentos de licitação, envolviam o montante de cerca de R$ 54 milhões.
As irregularidades investigadas apontam para desvio de recursos destinados à implantação de sistemas de abastecimento d’água para a população carente do interior paraibano, castigada sobremaneira pelos longos períodos de estiagem.
O órgão explica que apura também a prática de superfaturamento dos contratos, atos de corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro por meio do uso de contas bancárias de empresas interpostas para dissimulação de movimentações financeiras. Quatro servidores públicos federais foram afastados das funções e tiveram os bens bloqueados, segundo a Policia Federal.