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“Queremos a volta do voto impresso a partir de 2022”, diz Bolsonaro, em live no Facebook

O presidente disse que defenderá a PEC que restabelece o voto impresso nas eleições presidenciais de 2022.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o voto impresso durante uma live, em suas redes sociais, na justificativa de que o Brasil precisa adotar medidas mais confiáveis, e pediu que seja votada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da deputada Bia Kicis (PSL), que prevê a instituição do voto impresso.
Ao contrário do que o presidente acredita, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem cada vez mais apresentado e confirmado a confiabilidade e segurança existente nas urnas eletrônicas, utilizadas pelo sistema eleitoral brasileiro, desde 1996. Já há estudos para implantação do projeto “Eleições do Futuro”, um novo sistema que permitirá que a população vote pela internet diretamente de celulares, computadores ou tablets nas próximas eleições, usando a tecnologia em favor da população.
O objetivo deste projeto é possibilitar uma forma mais moderna e barata para o processo de votação, o que é oposto ao sistema impresso.
Em 2015, o próprio Bolsonaro quando ainda era deputado federal, propôs através de uma emenda a inclusão do voto impresso na lei durante tramitação da minirreforma eleitoral. A medida determinava que cada voto eletrônico feito contasse com registro impresso, depositado de forma automática e sem contato manual do eleitor em local previamente lacrado.
Em setembro deste ano, a proposta foi vetada pelo TSE, que apresentou a possibilidade de fraude e quebra de sigilo do voto, o que é inconstitucional.
Voltando um pouco no tempo, em 2009, antes da proposta apresentada pelo então chefe do executivo, o voto impresso já havia sido aprovado pelo Congresso Nacional, mas a Justiça Eleitoral posicionou-se de forma contrária.
A volta do voto impresso, uma das principais bandeiras de Bolsonaro desde 2015 pode ser considerado um retrocesso, comparado aos tempos da votação manual.

 

 Josean Lucena