Verão da morte
Nem tudo que acontece de ruim no Brasil é culpa de Bolsonaro, apesar de ele contribuir, em muitos aspectos, para o agravamento do quadro de pandemia.
Nós também temos nossa parcela de responsabilidade. As imagens falam por si só. Boa parte da esquerda e da direita foi à praia como se tudo estivesse normal. Inúmeros cientificistas e negacionistas se concentraram em bares. Muitos terraplanistas e “terradontistas” fizeram confraternizações familiares. A maioria deles sem máscara.
Desde o início da epidemia de Covid-19 que os especialistas nos alertam: lavem as mãos, usem máscaras e mantenham o distanciamento social. Foi em vão. Banalizamos o acúmulo de cadáveres espalhados pelo país, todos mortos prematuramente. Entretanto, sem sombra de dúvida, são os governantes os principais responsáveis pela tragédia social que nos assola.
Um presidente que minimiza a crise sanitária dá o pior exemplo. Bolsonaro tem grande parcela de responsabilidade. Não usa máscara, provoca aglomerações e minimiza as mortes.
O governador que cede às pressões de grupos religiosos e mantém igrejas e templos abertos é conivente com a derrocada da saúde pública.
O prefeito que cede ao lobby das escolas particulares e libera as aulas presenciais está contribuindo para a disseminação do vírus mortal.
Não podemos nos isentar. Somos todos responsáveis. Eles foram eleitos com nossos votos.