Qual o papel dos militares?
As Forças Armadas são fundamentais para garantir a soberania de um país. Sem elas, qualquer nação corre o risco de ser invadida por um país rival que cobice suas riquezas. Além disso, os militares têm a missão de atuar internamente em momentos de catástrofes e na manutenção da ordem.
Todos os países democráticos possuem forças militares prontas para cumprir seus deveres constitucionais. Elas estão subordinadas às instituições controladas por segmentos civis, que representam a maioria da sociedade, pois as Forças Armadas são organizações de Estado e não de governos temporários.
Na América Latina, os militares passaram a ter protagonismo político que remonta ao século XIX, momento da formação dos Estados nacionais. Durante o século XX, os países latino-americanos sofreram o trauma político e social de vivenciarem ditaduras militares.
No Brasil não foi diferente. Os militares passaram a ter importante papel político com o fim da Guerra da Tríplice Aliança, em 1870. Após aniquilarem o exército do Paraguai, os oficiais voltaram com heróis e, imbuídos da doutrina positivista, derrubaram a combalida monarquia em 1889.
Durante o período republicano, os militares pegaram gosto pela política. Passaram a acreditar que eram o “Poder Moderador”. Uma falsa atribuição que não consta nas sucessivas constituições que o país teve. Mesmo assim, participaram ativamente de conspirações e golpes. A ditadura civil-militar implantada em 1964 foi a derradeira delas.
A Constituição de 1988 define muito bem o papel de subordinação dos militares aos poderes civis. De lá pra cá, as Forças Armadas têm seguido sua missão constitucional. A tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro demonstrou que, mesmo açulada pela extrema direita, as instituições militares continuam a seguir os preceitos legais que regem o Estado democrático e de direito. Que continuem assim.