O Brasil precisa do RS
A tragédia climática que assola o Rio Grande do Sul continua. O número de mortos ultrapassa a centena e os desabrigados já somam milhares. A calamidade também atinge todos os brasileiros.
Por isso é preciso que a população esqueça, neste momento, as disputas políticas que polarizam o país. Esse é um grande desafio. Tentemos. Por eles e por nós.
O Rio Grande, zona de fronteira com a Argentina e o Uruguai, foi palco de inúmeros conflitos que garantiram a integridade do território. Muitos morreram para chegar onde chegamos.
No século XIX, quando a elite racista brasileira sonhava em “branquear” o país, o Rio Grande recebeu milhares de imigrantes, a maioria deles camponeses pobres de origem germânica.
Júlia da Silva Bruns, nascida e criada em território gaúcho, é a mãe de um dos maiores escritores alemães do século XX: Thomas Man, autor do clássico A Montanha Mágica.
E por falar em escritores, como não citar os gaúchos Érico Veríssimo, Luís Fernando Veríssimo, Mário Quintana, Moacir Scliar e o nosso poeta Lau Siqueira, que tem dois corações: um gaúcho e outro paraibano. E os dois pulsam em constante harmonia.
Do Rio Grande veio Getúlio Vargas, controverso líder político que modernizou o país. Também de lá emergiu Leonel Brizola e João Goulart. Em Porto Alegre surgiu o Orçamento Participativo, modelo de gestão dos recursos públicos que inspiraram várias experiências democráticas pelo mundo afora.
Mas nem tudo é perfeito na terra dos Pampas. No Rio Grande existem várias células neonazistas e separatistas que lutam para romper com o Brasil e tornar o Rio Grande uma nação autônoma. Mas são minoritários. Para felicidade dos brasileiros e dos gaúchos.
Sigamos juntos. Os fatos mais recentes têm demonstrado que o Rio Grande precisa, e muito, do Brasil.