Israel: terrorismo de Estado
12h37 do dia 29 de junho de 1946. Uma forte explosão destruiu o Hotel King David na cidade de Jerusalém, então controlada pelo governo inglês. Nessa ação terrorista, morreram 91 pessoas (28 britânicos, 41 árabes, 17 judeus e 5 de outras nacionalidades) e ferimentos graves em outras 45 pessoas. O atentado foi uma operação do Irgun e marcou o início da espiral terrorista no Oriente Médio.
O Irgun (Organização Militar Nacional) foi fundada em 1931 por judeus sionistas de extrema direita que residiam na Palestina. Durante a sua existência, o Irgun cometeu vários atos terroristas contra palestinos e britânicos. Em 1948, quando foi formado o Estado de Israel, seus membros, que tinham larga experiência militar, ingressaram nas forças armadas. O Estado de Israel nasceu sob o signo do terrorismo.
Entre os fundadores do Irgun estava Menachem Begin, também um dos organizadores do atentado ao Hotel King David. Em consequência das ações violentas do Irgun contra militares e civis, muitos judeus criticaram os seus métodos, entre eles o físico Albert Einstein e a filósofa Hannah Arendt. Os integrantes do Irgun tinham tanto prestígio que Menachem Begin tornou-se primeiro-ministro de Israel em 1978.
Ao lançar milhares de bombas sobre a Faixa de Gaza na atual ofensiva militar, o governo de Israel afirma que busca apenas eliminar os integrantes do Hamas. Mas a verdade é outra. A desastrosa operação de guerra se assemelha mais a uma vingança desesperada contra o povo palestino do que uma missão de combate que visa “apenas” destruir o grupo Hamas. O número de civis mortos é espantoso. Já ultrapassou os nove mil.
O genocídio contra civis, mulheres e crianças cometido pelo Estado de Israel em Gaza não se justifica diante das atrocidades bestiais cometidas pelos terroristas do Hamas. Um crime não anula o outro. Enquanto a lógica terrorista dominar a política externa israelense, a escalada da violência tende a recrudescer e o antissemitismo se alastrar pelo mundo.