Política com pimenta

Seria cômico…

Por Rejane Negreiros

O chargista, cartunista e caricaturista Régis Soares publicou esta semana uma charge que é um convite ao pensamento crítico. O paraibano tem usado o humor há decadas para despertar o riso, mas, sobretudo, para apontar contradições sociais. Dessa vez, o tema escolhido foi a violência, como se vê em destaque.

Política ou não, a violência não é apenas caso de polícia. Quando a insegurança “grita” é porque todo o resto já falhou: educação, saúde, justiça social…

Seria cômico se não fosse trágico!

Régis Soares utiliza sua arte para provocar reflexões. A imagem é meramente ilustrativa, mas, se até os Ets sabem os riscos por trás de uma sociedade pautada pela força e pelo medo, nós devemos despertar e entender que a violência é um sintoma de questões estruturais que vão além da repressão. Pauta tão complexa — e urgente — pede ações efetivamente complexas, como o investimento em serviços públicos, redução da desigualdade que produz assimetrias sociais e econômicas, e a promoção de uma educação que valorize o conhecimento.

Já que estamos em período eleitoral, é preciso a compreensão coletiva de que, apesar da crise de confiança e da indiferença à democracia por parte de muitos eleitores[1] , não há como combater a violência fora da política. É a boa política, responsiva e responsável, que pode melhorar a nossa vida. Portanto, é fundamental que cada eleitor vote com consciência, escolhendo o candidato ou candidata que apresente projetos viáveis e sustentáveis. Só por meio de lideranças comprometidas com o desenvolvimento social e econômico poderemos construir uma cidade mais justa e segura, onde a educação, a inclusão e a promoção dos direitos humanos sejam prioridades. Lembre-se: votar é um ato de responsabilidade, e isso não é coisa de outro mundo!

[1] Pesquisa Quaest divulgada neste sábado (26) e registrada no TSE com o número PB06491/2024 mostra que quase metade dos eleitores pessoenses (46%) entrevistados nos dias 25 e 26 de outubro estão ‘pouco interessados’ nas eleições municipais. Foram ouvidos mil eleitores de 16 anos ou mais.