Brasil

Reoneração dos combustíveis alimenta novo embate entre Haddad e ala política no governo Lula

O fim da isenção do PIS/Cofins sobre os combustíveis está previsto para acontecer esta semana, dia 28 de fevereiro. O fato tem preocupado a população e mais particularmente o ministro da fazenda Fernando Hadad.  Esta segunda-feira (27), o governo federal terá o “Dia D” para negociar a reoneração da gasolina e do etanol.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, às 10h desta para definir se adia ou não a isenção do PIS/Cofins sobre os combustíveis. Por Haddad, a reoneração do tributo já teria sido feita em janeiro, quando o prazo inicial havia encerrado. A ala política do governo pressionou e Lula concedeu, via medida provisória, mais 2 meses de isenção, até 28 de fevereiro. A justificativa era o aumento repentino dos preços dos combustíveis, o que impactaria a inflação e teria um custo político.

Já a equipe econômica do governo é a favor da reoneração, pois busca aumentar a arrecadação para diminuir o rombo previsto para as contas públicas. Porém, integrantes da ala política são favoráveis à manutenção da desoneração para todos os combustíveis, com medo do impacto da medida na popularidade do presidente.

O fim da isenção do tributo aumentará o preço do litro da gasolina em R$ 0,69, e do etanol em R$ 0,24, segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). Com menos de 2 dias para o fim deste período de benefício, a ala política do governo tentará adiar novamente o prazo, o que desonera principalmente a classe média. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, fez críticas públicas à proposta de Haddad de voltar a cobrar o PIS-Cofins sobre o etanol e a gasolina.

O Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), que representa as maiores distribuidoras de combustíveis do país, entre outras grandes empresas do setor de óleo e gás, afirmou nesta sexta-feira (24) que o retorno da cobrança dos impostos federais somente sobre a gasolina e o álcool poderá reduzir a oferta de combustíveis.