‘O Brasil não quer mulheres negras nos espaços de poder’
A declaração trazida no título é de Ana Lúcia Martins, primeira e única vereadora negra de Joinville-SC.
O caso da parlamentar está longe de ser único e revela a cara de um país racista, machista e misógino.
Quando espaços de poder são negados às mulheres, a violência não só se perpetua como é também naturalizada.
Violência que aumenta quando os casos deixam de ser isolados unicamente por gênero, e outras camadas, como cor e orientação sexual, passam a ser consideradas.
O Brasil não quer mulheres pretas nos espaços de poder. Também não quer as pardas, as indígenas, as brancas… O Brasil não quer mulheres nas instâncias participativas com capacidade de decisão.
A resistência de mulheres como Ana Lúcia Martins incomoda por isso, enpor que a diversidade é tida como uma ameaça aos privilégios de uma elite masculina e branca.
Essa visão política do atraso tem contornos fascistas. Se persiste nos parlamentos é porque, primeiro, encontra respaldo nos partidos e na sociedade.