Rússia e Ucrânia: a quem serve o conflito?
Como nacionalista de direita, Putin atua a partir de conceito de nação e não de classe social. Em discurso recente, comentando o conflito militar com a Ucrânia, o próprio Putin deixou evidente a sua distância da tradição comunista russa. Para ele, o estabelecimento da Ucrânia como país é resultado da política Bolchevique e a Ucrânia pode ser chamada pelo nome de Vladimir Ilyich Ulianov, o Lênin, seu autor e aquiteto, segundo afirmou.
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Não é verdade que os bolcheviques tenham criado a Ucrânia, mas é verdade que a política defendida por Lênin era a da autodeterminação dos povos, inclusive dos ucranianos. É sob o governo de Lênin na URSS que a Ucrânia se vê como um país pela primeira vez. Este processo teve significativos recuos na era Stalin. A este respeito, recomendamos o episódio 251 do podcast Chutando a Escada.
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Mas, por que há pessoas de esquerda que compreendem ou mesmo apoiam a ação de Putin na Ucrânia? Há muita diversidade de opiniões que não conseguiremos resumir neste espaço.Há os que indicam que as origens do conflito está no imperialismo estadunidense e na consequente expansão da OTAN para o Leste. Outros se colocam contra o Putin, compreendendo e concordando com o mérito de seus argumentos, mas discordando a ação militar.
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Em um conflito desta natureza são as pessoas da classe trabalhadora as que mais sofrem. E geralmente, são as únicas a serem vitimadas. Neste momento, as condições concretas para a paz passam pelo recuo da OTAN e o compromisso da Ucrânia de não fazer parte desta Organização.
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Não se trata de justificar Putin, mas de identificar as origens deste conflito. Não dá para papaguear o que diz a Casa Branca, como faz a quase totalidade da imprensa comercial brasileira, escondendo outros interesses. Como dizemos reproduzindo Brecht, “pergunte sempre a cada ideia: a quem serves?”
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