Será “voo de galinha” a decolagem da economia brasileira?
O pânico da canalha bolsonarista só faz aumentar. As catastróficas previsões do Paulo Guedes não se estão cumprindo. Muito pelo contrário. Os dados são cada vez mais adversos, para eles. Ainda bem que ele foi suficientemente sábio para esconder-se, enquanto ganha dinheiro, o que ele sabe fazer, com a especulação financeira. Livramo-nos da sua cara idiota, mas não teremos o prazer de esfregar números em seu nariz.
O IBGE continua a publicar os novos dados. O mais “preocupante” é o IBC-Br, que apresentou um crescimento de 1,4%, para o segundo trimestre. Todos correm apressados para revisar suas projeções. Até o “mercado” admite, contrariado, que, em 2024, o crescimento ficará na casa dos 2,5%, ou mesmo em torno dos 3%. Diante disto, as consultorias começaram a rever suas previsões. O J.P. Morgan elevou a sua de 2,5% para 2,9%. O Banco ABC Brasil, de 2,4% para 2,6%; a Kinitro Capital e a Terra Investimentos, de 2,5% para 2,6%; a G5 Partners, de 2,3% para 2,5%; o Bank of America (BofA), de 2% para 2,7%; o Santander, de 2% para 2,3% etc., com o comentário da economista do banco, Ana Paula Vescovi, “Estamos impressionados com a atual força da economia brasileira”.
]Há mais dados sobre o crescimento. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou o seu índice Nuci, Nível de Utilização de Capacidade Instalada, para a indústria da transformação. Ficou em 83,40 pontos, o maior desde maio de 2011. Este índice mostra que a indústria está produzindo no seu limite e isto foi a resposta dada a uma queda violenta nos níveis de estoques, o que é um reflexo do aumento da demanda. Com efeito, a produção da indústria cresceu 4,1% em junho, segundo o IBGE, e deve continuar a crescer.
A Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) divulgou a informação que a indústria de máquinas e equipamentos teve um crescimento da produção de 2,4%, em junho, em relação a maio. A Associação Brasileira da indústria de Material Plástico também prevê crescimento da produção para atender à crescente demanda da indústria de embalagens, principalmente para a indústria de alimentos, eletrônicos, bebidas e automóveis, o que demonstra o crescimento também destas atividades.
Como vemos, apesar de toda a sabotagem do congresso e do Banco Central, que tentam dificultar por todos os meios as ações do governo para estimular o crescimento, o país cresce. Aí está a origem do desespero da canalha bolsomínia. Se há crescimento da economia, o povo se beneficia e o governo Lula se fortalece, aumentando a possibilidade de reeleição. O congresso, enquanto fala no excesso de gastos do governo, cria novas despesas, como as emendas, ou esmaga as receitas, com as desonerações Só o poder judiciário (STF) tem enfrentado os abusos. Curiosamente, a maioria dos parlamentares, até mesmo dos partidos da base do governo e mesmo de esquerda, aprova as tais emendas (de bancada, de comissão, individuais), visando seus próprios interesses.
O objetivo das forças de oposição é muito claro. Uma vez perdidas a eleições e fracassado o golpe, tentam manipular os mecanismos, que a democracia garante, para realizar todo tipo de sabotagem. É preciso derrotar o governo Lula, impedindo-o de governar, mesmo que, para isto, se tenha de desorganizar e destruir o país.
Não basta a dificuldade que o governo enfrenta, diante do caos deixado pela incompetência e demência ideológica do governo anterior. Agora, para realizar todo o processo de reconstrução, tem-se de enfrentar a sabotagem de um congresso corrupto e conservador, de grupos fanáticos religiosos, de partidos reacionários e golpistas, de um Banco Central dirigido por agentes do mercado financeiro. Cada um em seu terreno específico e usando métodos diferentes, age na direção do mesmo objetivo: é preciso impedir o governo de governar e concorrer à reeleição.
Mas há outros dados preocupantes para eles. O desemprego está nos mais baixos níveis dos últimos 10 anos, a inadimplência das famílias diminuiu, os salários aumentaram e vão continuar aumentando, os investimentos estão crescendo, os capitais estrangeiros continuam se dirigindo ao país e até os banqueiros apreciam com otimismo os rumos da economia. Para o crescimento do PIB contribuíram a indústria e os serviços. O crescimento não foi maior por causa da agricultura que teve uma queda diante das variações climáticas adversas.
Agora, as aves agourentas passam a rezar para que esta decolagem da economia não passe de um “voo de galinha”. Mesmo assim, começam a pedir uma elevação da taxa de referência Selic, pelo Banco Central (BC), alegando que este aquecimento da economia vai gerar inflação. Curiosamente, o IBGE divulgou dados mostrando que esta inflação vem caindo, de 0,44% em maio, para 0,39% em junho, 0,30% em julho e 0,19% em agosto. Só uma catástrofe no ambiente externo poderia inverter esta tendencia. Apesar das evidências, a pressão pela elevação da Selic continua forte. Fica claro a verdadeira intenção da luta pela elevação dos juros: frear o crescimento e prejudicar o governo
Para concluir nossa análise de hoje falta fazer referência ao novo fenômeno surgido em São Paulo: um senhor chamado Pablo Marçal, que se lança como alternativa a Bolsonaro, conseguindo ser mais desclassificado que ele. Ficamos devendo aos leitores os comentários sobre esta aberração.