Opinião

Tudo na base do se… Disputa eleitoral na Paraíba segue cheia de indefinições

Algumas movimentações políticas começam a dar o clima eleitoral que o ano pede. Para além das miudezas como troca de comando de legendas pouco expressivas, anúncio de pré-candidaturas para os parlamentos estadual e federal aqui, acolá, no tabuleiro da disputa principal (o governo) certos sinais pedem atenção embora não sejam determinante ainda para o resultado final.

A desistência de Romero Rodrigues (PSD) da briga pelo Palácio da Redenção apontava para uma aliança com o governador João Azevêdo (Cidadania). Ocorre que as negociações azedaram, talvez pela indefinição de João que, a bem da verdade, cozinhou o campinense em banho maria. Romero, de olho nas articulações nacionais, e percebendo que sobraria na curva, se voltou para a Pedro Cunha Lima (PSDB) que tenta decolar como candidato. E voltou menor porque perdeu apoios que passaram para base governista, a exemplo de Eva Gouveia.

O que Romero leu já não é segredo pra ninguém. Costuras macro – que serão determinantes nas eleições estaduais – apontam para uma aliança entre PT e PSD (é a tal da frente ampla contra o bolsonarismo). Em se concretizando, a probabilidade de João se filiar ao partido de Gilberto Kassab e assumir o comando da legenda na Paraíba é grande. A Romero restará outra legenda e a disputa para a Câmara Federal. O PSDB é um opção, mas há entraves. O principal deles é a provável federação com o Cidadania. Nesse casso, seria uma derrota dupla de Romero visto que dificilmente ele terá o comando do partido no estado.

Para João, no entanto, a união PT-PSD vem a calhar. Com isso, ele não só “voltaria” ao campo progressista como empurraria Pedro e Romero para o colo de Jair Bolsonaro (PSL), ao lado de outros nomes de direita como Nilvan Ferreira (PTB) por exemplo. Isso o beneficiaria.

Outras peças do jogo: a vice-governadora Lígia Feliciano (PDT) e o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) estão na pista, são pré-candidatos ao governo e oposição. Com aval da direção nacional do partido, Lígia quer o apoio de Lula – um péssimo negócio para o presidenciável Ciro Gomes. Por outro lado, o senador emedebista negocia o apoio de Lula direto na fonte, sem atravessadores. Volta e meia se encontra com o petista, posta foto… Uma estratégia de intimidação que não produziu nada em concreto. Lula não declarou apoio (ainda) a Veneziano, a Lígia ou a João… Se conseguir seu intento, porém, Veneziano resgata o MDB do lugar de suporte para outras legendas, um passo importante para o reposicionamento do partido que vem desidratando já há algum tempo.

Pós-carnaval o cenário será outro e, ainda assim, não será o definitivo. Até o fim das convenções partidárias, a serem realizadas de 20 de julho a 5 de agosto, tudo serão conjecturas… e tudo pode mudar!