Parlamentares paraibanos contra o Dj Ivis: “Agressores não passarão! Denuncie, disque 180!”
As imagens das agressões do DJ paraibano Iverson de Souza Araújo, conhecido como DJ Ivis contra a mulher, Pamella Holanda, geraram comoção nacional e uma rede de apoio à arquiteta. A deputada Cida Ramos (PSB), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito do Feminicídio, emitiu uma nota de solidariedade à jovem, atacada com socos, chutes, puxões de cabelo dentro de casa, em Fortaleza(CE).
Segundo Cida, “o caso expõe ao Brasil cenas terríveis do que acontece nos domicílios de milhares de mulheres e meninas cotidianamente. Elucida a dinâmica da violência doméstica, do machismo e da misoginia que provocam violações de direitos e, muitas vezes, o feminicídio. Reafirma a posição do país como o quinto que mais mata mulheres no mundo e que agride 8 mulheres a cada minuto”. A nota segue: “Corajosamente, Pamella Holanda compartilhou as imagens das agressões em rede social neste domingo, demonstrando que a denúncia é uma ferramenta importante contra a violência, todavia, muitas mulheres são agredidas e não têm condições de se manifestarem, por isso, cabe a toda sociedade e aos poderes públicos o dever da denúncia”, escreveu Cida Ramos, autora da Lei 11.779/2020, que institui o Protocolo Emergencial Sinal Vermelho de Proteção às Mulheres Vítimas de Violência Doméstica.
“Enquanto durar o período de pandemia, atendentes de farmácias devem ficar atentos ao receberem uma mulher que apresente, na palma da mão, um sinal ver melho feito em “x”. Ela deve ser encaminhada a uma sala segura para aguardar atendimento especializado”, esclareceu a deputada.
O vereador Marcos Henriques (PT) também se posicinou em favor de Pâmella, contra a violência doméstica e cobrou providências: “Mais do que nunca, a violência contra a mulher, o feminicídio e o machismo estão protagonizando momentos decepcionantes, inacreditáveis e que precisam ser denunciados. Recentemente tivemos a exposição do caso do Dj Ivis, atitude na qual repudiamos e esperamos imediata providência das autoridades, imagine quantos casos não são expostos? Agressores não passarão! Denuncie, disque 180!”, alertou.
Entenda o caso
Pamella decidiu denunciar DJ Ivis depois de ser reiteradamente violentada pelo marido. Nos vídeos divulgados por ela, as agressões são registradas até quando ela está com a filha do casal no braços. A menina tem nove meses.
Em três de julho, Pamella procurou a polícia e fez um boletim de ocorrência. No dia seguinte, conseguiu, via Ministério Público, uma medida protetiva junto ao Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-PB) para ela e a filha.
Em seu perfil no Instagram, que já conta mais de 1,6 milhão de seguidores, Pamella diz que foi negligenciada por pessoas próximas que procuravam justificar a violência de Ivis e encoraja outras mulheres vítimas de violência doméstica: “Não se calem. Não se calem jamais”. Em outra postagem, ela comemorou: “Em outro post, publicado nos Stories, ela declara: “Por mim e por você, minha filha. Que sentia junto comigo, antes de nascer, a angústia e o medo. Estamos salvas”, escreveu.
O outro lado
O DJ Ivis procurou justificar a violência contra Pamella. Compartilhou vídeos e afirmou que foi chantageado e ameaçado de morte. O produtor que tem mais de 7 milhões de ouvintes mensais em uma plataforma de streaming de música e podcast, também tentou, na Justiça, retirar os vídeos postados por Pamella na internet e impedir que a imprensa noticiasse o caso. Os pedidos foram negados.