O jogo duplo de Pedro

Tanto na política como na vida não se pode servir a duas causas antagônicas. Numa eleição polarizada em que dois projetos de país estão sendo apresentados, tentar “ganhar” votos dos dois lados demonstra o verdadeiro intuito: vencer a qualquer preço.

Assim tem agido o jovem Pedro Cunha Lima (PSDB). Sua aproximação com o eleitorado bolsonarista vem de longa data. Seus tímidos acenos aos lulistas são mais recentes e discretos.

Quando Bolsonaro esteve em Campina Grande, em 24 de junho de 2022, lá foi Pedro recepcioná-lo. Seu intuito era ter o apoio do presidente para seu projeto de poder.

Bolsonaro o desprezou. Preferiu indicar um bolsonarista raiz como seu candidato a governador. Nilvan Ferreira (PL) perdeu a eleição. Mas despontou como a terceira força eleitoral do estado.

Ainda durante a campanha do primeiro turno, Pedro Cunha Lima também ensaiou aproximar-se de Ciro Gomes (PDT). Em consequência do seu péssimo desempenho nas pesquisas, Pedro afastou-se de Ciro e continuou sua caminhada sozinho, pouco referindo-se a Simone Tebet, a candidata da aliança MDB-PSDB.

No segundo turno, Pedro continua com a mesma estratégia. Quer os votos dos lulistas e dos bolsonaristas.

Primeiro conseguiu apoio encabulado de Veneziano (MDB), que ficou em quarto lugar. Agora formalizou aliança com o pastor Sérgio Queiroz (PRTB). Também um bolsonarista raiz.
Na ânsia de incorporar o eleitorado bolsonarista da grande João Pessoa, Pedro Cunha Lima vai cada vez mais para a direita. Mas só as urnas dirão se, com essas ambiguidades, ele chegará ao Palácio da Redenção.