Ele quem?
Lúcio Flávio –
A campanha presidencial de 2022 já começou. A decisão do ministro Edson Fachin em anular o julgamento e condenação do ex-presidente Lula foi um divisor de águas no processo sucessório.
A partir de agora, o fosso entre bolsonaristas e lulistas amplia-se exponencialmente. Em consequência, a polarização política que divide o país irá se aguçar como nunca se viu na nossa história. As redes sociais têm demonstrado isso.
Numa época de crise do projeto neoliberal, ameaça às instituições democráticas e desconfiança nos partidos, a personalização da política ganha cada vez mais destaque.
Votamos mais em pessoas do que em ideias e programas. Somos muito mais movidos pelas emoções do que pela razão. Ódios e paixões serão os componentes explosivos que nos impulsionarão rumo a 2022.
Neste momento, o processo eleitoral brasileiro está cristalizado em dois personagens: Lula e Bolsonaro. Eles ocupam o cenário político nacional, sem ter espaço para uma terceira via. João Dória (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) estão esmagados nessa polarização.
Como todo processo de reeleição é plebiscitário, o que será objeto da campanha será o julgamento das realizações do governo Jair Bolsonaro, principalmente como ele agiu durante a pandemia de Covid 19.
Nos programas eleitorais e nos debates que ocorrerão, Lula apresentará suas realizações ocorridas durante os oito anos em que foi presidente. Ao mesmo tempo, Bolsonaro terá que convencer a maioria do eleitorado dos pontos positivos do seu mandato.
Passado, presente e futuro serão discutidos à exaustão. Estará nas mãos do eleitorado decidir qual projeto será o melhor para o Brasil recuperar suas condições sociais e protagonismo no mundo.