Dois em um
Uma imagem vale mais do que mil palavras. Finalmente Bolsonaro encontrou sua alma gêmea. Um nos faz lembrar um passado tenebroso. O outro é responsável pelo terrível presente.
De tempos em tempos, a cada geração, o Brasil elege um presidente populista de direita.
Em 1960, Jânio Quadros foi eleito presidente prometendo “varrer” a corrupção do país. Durante seu curto mandato de sete meses, proibiu o uso do biquíni e rinha de galo. Com sonho megalomaníaco de tornar-se ditador, Jânio renunciou e lançou o Brasil numa profunda crise politica que culminou no golpe de 1964.
Collor de Melo foi escolhido presidente em 1989 prometendo acabar com os marajás do serviço público e evitar que o Brasil “virasse uma nova Cuba”. Confiscou a poupança da pupulação e mergulhou o país numa hiperinflação. Após ser revelado seu monumental esquema de corrupção, foi defenestrado do Palácio do Planalto pela força do povo nas ruas.
Bolsonaro, depois de 28 anos integrando partidos tradicionais, tornou-se presidente, surfando na onda do lavajatismo e vociferando contra “o comunismo lulista” e a “velha política”. Mas, para sobreviver politicamente, interferiu na Polícia Federal para proteger seus filhos e tornou-se refém do Centrão.
O anunciado “fim da mamata” transformou-se em férias nababescas e aumento do próprio salário, no período em que a maioria dos brasileiros teve sua renda reduzida.
Agora, no seu pior momento desde que assumiu a presidência, Bolsonaro formou uma aliança com Collor. Seu desejo é aprender com o ele como vencer Lula no próximo ano.
Para completar o cenário de pesadelo, só falta Jânio Quadros ressuscitar e abençoar essa santa aliança formada entre o triste passado e o cruel presente.
Para nosso alívio, o futuro está em nossas mãos.